quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Avaliação Aula Thiago - madrugada - 04/12/08

A importância de uma avaliação

Entre trancos e barrancos....em meio a pizzas.
Aos que restaram até ás 2:30h da madrugada, meus agradecimentos de transformação coletiva.
A escuta de cada palavra de um processo de cada indivíduo que viveu junto, que desanimou junto e que acreditou junto.
Acreditamos na onça de Guimarães, na onça de Laban, na onça de Antunes, na onça de outros 25 de um processo de artista pra artista de um mestre que parece aprendiz e que diz: “.......” pra mim é sempre um mistério suas palavras.
Pois agora com os olhos brilhantes, a única coisa que penso é: “eu, onça!”.

Grata.

Por Débora Sanders

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Avaliação Thiago Antunes - 04/11/08

A participação e o encontro, concentrando as energias que somente juntos obtemos.

Foi difícil, é difícil e sempre será, e que bom conseguir aprender com isso e sorrir!


Por: Laruama Alves

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Avaliação da Aula do Thiago. 27/11/08





Por Débora Sanders

sábado, 25 de outubro de 2008

Como Contar Carneirinhos - CEU ARICANDUVA

Eu era a única da turma que ainda não havia visto o trabalho Como Contar Carneirinhos, realizado nas férias de julho/2008 com 10 aprendizes da F11 e dirigido pelo Mestre Rogério Toscano.
Corrijo-me: visto, não! Vivenciado. Como Contar Carneirinhos não se assiste. Vive-se junto com eles: com os atores, com os personagens, com Marcelino, com os contos.
Eu não participei do trabalho, pq eu estava super grávida, e tive meu filho dia 01/08 e os Carneirinhos estreiaram três dias depois. E imaginem como foi assistir a um trabalho que começa assim: "Esta é uma história infantil, mas tem sangue!", neste momento da vida!!!
Fiquei muito tocada e emocionada, em alguns momentos horrorizada. Me fez perceber que o mundo agora não é mais o mesmo para mim. Se antes eu queria que ele melhorasse, agora eu quero que ele seja perfeito, para o Joaquim viver...
E vivo estava o TEATRO, o trabalho, os atores.
Fiquei muito feliz por vê-los em cena tão inteiros, tão entregues. Quantas descobertas e revelações!
Que união bonita essa, Marcelino Freire e F11. Isso ainda dá tanto pano pra manga...
Quero agradecer à vocês: Laruama, Natalia, Marcos, Clayton, Thiago, Vânia, Carol, Débora, Letícia, Fabrício e Rogério pelo que eu vivi ali, naqueles 45 minutos no CEU Aricanduva e por tudo que isso reverberou em mim.
Parabéns!!! E que bom que bom que bom ser da F11 com vocês!
Ps: Aqui estão as fotos do dia!!!
Por Ana Sharp

Carol


Carol



Laruama e Natalia


Natalia, Marcos e Laruama


"Tudo vira lixo, tudo pode virar lixo..."


Fabricio e Leticia


Fabricio e Leticia


Débora e Carol


Vânia e Thiago

Thiago e Clayton







Minha comunidade F11

Aqui é minha casa
Abençoada por Santa Terezinha
Batizada com o nome Conchita de Moraes.
Onde o suor escorre misturando no chão do salão uma gota de São Paulo, São Bernardo do Campo, de Santo André, Santo Antônio de Posse, Franca, Socorro, Tatuí, Piauí, Apiaí, São Mateus, Florianópolis, Piracicaba, Ribeirão e por aí vai.
Dançando na batucada de Gouveia, de Tosano, de Antunes, de Weinberg, Tenório, Mate, Bolaffi, Kurlat, de Senne, de Mármora.
Salve Dona Bete! Fala Betão! Tem Sidney e Luiz.
Ilumina e lava os espaços com alegria e água de cheiro.
Eu não me canso de dançar.
Faz calo, machuca.
Faz o samba ser belo.
Faz o samba ser triste.
Faz quem tem pé dançar!

Por Eric de Oliveira Tomaz

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

REPETIÇÃO

Como nos disse hoje, Denise: tem que repetir 30 bilhões de vezes!

Aqui vai:

REPETIR - re.pe.tir (lat repetere) vtd 1 Dizer ou fazer de novo: "Pediu ao capataz que repetisse em detalhes as boas-novas" (Francisco Marins). Repetir a brincadeira. Repetir a façanha. vtd 2 Redizer (o que foi dito por outrem): Estou repetindo o que ele disse. Não ouso repetir-vos o que lá me disseram. vpr 3 Redizer, repisar as mesmas histórias, os mesmos assuntos: O orador repetiu-se enfadonhamente. vint e vpr 4 Dar-se ou suceder novamente: O sismo repetiu (ou: repetiu-se). vint e vpr 5 Tornar a acometer: A febre repetiu (ou: repetiu-se). vtd 6 Tornar a cursar (uma disciplina ou um período letivo): Repetira a primeira série ginasial. vtd 7 Renovar: Repetir a censura. vtd 8 Refletir (a luz, as imagens etc.): O espelho repete qualquer imagem. vtd 9 Repercutir (um som): Vales e outeiros repetiam o troar da artilharia. vtd 10 Contrair novamente: "Repetir o matrimônio" (Morais). vtd 11 Recomeçar: Repetir experiências. vtd 12 Dir Reclamar a importância paga indevidamente. vtd 13 Imitar: Repetir o ladrar do cão e o miar do gato. vtd 14 Comer de novo a mesma coisa: "Houve sobremesa e Teo repetiu o papo-de-anjo" (Monteiro Lobato). vtd 15 Tornar a vestir: "Ao jantar repetiu a indumentária do almoço" (Morais).

???

Qual a proposta da Assembléia?
Uma roda de dança não diz nada?
Porque a Assembléia TEM QUE ser legal ?
Qual a minha parte no coletivo?
Até onde a briga é saudável?
Qual o valor que damos para a Assembléia?
A idéia da Assembléia é aceita coletivamente?
Qual o interesse de cada um pela ELT?
O que fazer com as caras feias?
Qual a diferença entre julgamento e opinião?
Estamos prontos para assumir este coletivo?

Por Débora Sanders

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Manifesto do Viva !!!

Manifesto aqui um viva a tudo o que é meua todos da f11, que de alguma forma quero guardar todos dentro de mim:

viva a criação, viva a arte e a arte viva
viva o desbunde, as palavras nunca ditas
viva ao conhecimento, as palavras matinianas
as palavras rogerianas, viva a nossa igreja de santo andré
viva o medo da cuca mesmo que ela te pegue
viva aquela luz no meio das trevas, viva a musica
viva o sotaque argentino do violão
viva as putas e namoradinhas, os putos e namoradinhos
viva a crise, debate, lagrimas e abraços
viva aos luizinhos e marianinhas
viva a rasif, recife, a raça de marcelino
viva as tripulias milanescas, viva a letra g
viva aos 31, viva a meus carneirinhos
viva a onça, viva a dança, viva a força
viva thiago meio bixo meio homem
viva denise and alex, viva nelson rodrigues e todos seus anús
viva a duvida, provocação, inquietação
viva o conhecimento, viva o galpão, sala aberta, sala vazia
viva o bambú a roda de jongo, viva a decisão
viva a tropicália, viva o campo de suas visões
viva o tempo, viva o tempo de cada, viva o tempo que fica
viva aos corações em dias de apresentação
viva a poesia, viva a bronca e o carinho
viva o aprendiz que virou mestre
viva ao brasil, viva o modernismo arcaico
viva o espaço vazio, o espaço nosso, viva o espaço
viva queridos, viva em quanto é tempo
viva com as dez, viva com as mil´s
viva o que é criação
viva a nós
e que o cosmo nos abençoe

por Alexandre Maldonado

domingo, 12 de outubro de 2008

Dia 10/10/08 - Aula de Música - Cris Gouveia

Hoje a aula foi uma delícia!
No galpão, aquecemos nossos corpos e vozes, caminhando, experimentando coisas, variações de tempo, de direções.
Depois, exercicios de canto. Volto a falar sobre como é deliciosa a repetição nada igual das coisas que fazemos. Os mesmos exercicios e sempre um descoberta nova. Um estranhamento. Uma nova dúvida. Enfim...
Hoje cantamos em 3 vozes. Graves, mais ou menos (segundo o Gabriel) e agudos. (Grilo, o que que você tá fazendo aqui???).
Começamos com uma escala básica-caótica.
Qdo nos juntamos com nosso grupo, ficou mais fácil. É, a força do coletivo...
Depois, uma música de Bach em três vozes... Ficou bonito.
O Cris sugeriu que criássemos frases com palavras que coubessem nas frases musicais.
Surgiram coisas tão poéticas:
grves: Batatinha quando nasce aqui, se esparrama pelo meu chão.
mais ou menos: não lembro! =P
agudos: Vamos comer um panetone. Numa noite de natal feliz!

Intervalo.

Voltamos, aprendemos uma música. A minha! rs. Uma samba que eu compus e foi gostoso. Não tem nome. Sugeriram Samba de Ana ou Ana com CH. (Isso mesmo!!!)
Criamos outras letras, cantamos juntos. Enfim, a força do coletivo...

E por falar em coletivo, hoje faltaram 7 pessoas.
Como assim? Por que? Muito ruim!

Muito ruim...

Por AnaS

09/10 - Aula de Corpo - Thiago Antunes

Hahahahahahahahahahahahahahahaha!
Esse foi o nosso aquecimento. Exercício com o RISO.
Foi muito bom!Espasmos. Respiração. Som.
Correr e se lançar ao grupo. Receber, ser receptivo, macio...

E de volta ao Meu tio Iauaretê. Muita dificuldade ainda. Mas hoje as coisas tornaram-se mais claras.A voz começa a fazer parte de nossas partituras. Transformando-as, confundindo-as, tornando tudo novo e diferente.Ai, ator precisa mesmo FAZER PENSANDO E PENSAR FAZENDO...Tem horas que dá nó.Mas respira...

A aula voou.
Tem seminários pra semana que vem!!!

Por AnaS

08/10/08 - Aula Interpretação - Denise

Andar pela sala. O mesmo enunciado, sempre feito de modos diferentes. A repetição de algo tão simples nos perimite perceber estados, tensões, modos de fazer únicos, a cada dia.

Ta aí uma das coisas interessantes do nosso ofício: é sempre tudo igualmente diferente.

Exercício dos bastões. Concêntrico. Calma. Respiração. Colunas em harmonia. Em uníssono.
PULSO COMUM! (como diz a Vivi, nosso lema daqui pra frente!)

Depois, Nelson: tias, médicos, repórteres... Trabalhamos em grupos.Montagem de cenas, tendo que passar por todo o processo: imagem da palavra, cadeira elétrica, apoios e impulsos.

Foi bem divertido.Nossa, já 21h50???
A hora voou!

Apreciação de cenas, comentários de Denise...

Acabou. Até amanhã.

Por AnaS

terça-feira, 7 de outubro de 2008

À nossa LUZ!


Queremos agradecer aqui a nossa LUZ. Aquela sem a qual essa ELT não seria a mesma!!!


Dona Bete, obrigada por nos ajudar a fazer a noite "Marcelino Freire" tão especial e iluminada!


Sim! Foi ela quem fez TODA a iluminação das 13 cenas!!!


Viva viva!


Nós, da fonze, agradecemos, de coração!!!


2a. MIA - Mostra Interestudantil de Artes - C.A.Arte em Movimento - (Anhembi-Morumbi)

Algumas cenas da Invasão Tropicalista - série 3 - Marcelino Freire, serão apresentadas na 2a. MIA - Mostra Interestudantil de Artes, da Anhembi-Morumbi organizada pelo Centro Acadêmico Arte em Movimento.

A programação completa da mostra, com apresentações, oficinas e palestras está no blog: http://www.2mia.blogspot.com/

Entrem, confiram, compareçam e PARTICIPEM!

Essa é uma mostra muito importante, pois permite aos estudantes de dança e teatro de São Paulo se encontrem, num espaço aberto de ENCONTRO, TROCA, REFLEXÃO e EXPERIMENTAÇÃO.

Vale a pena!!!

Por AnaS.

Nosso encontro, nas palavras de Marcelino Freire

"QUERIDOS ATORES

O tempo ficou curto, no final das apresentações, para eu falar. Digo: não tagarelei. A emoção parecia não querer se soltar. Travei. Lembrei, longinquamente, da época em que eu queria ser ator. E de o quanto o teatro foi importante para a minha pessoa. Voar. Explico: largar-se no mundo. Importante, sobremaneira, para o verbo da alma. Assim: alimentar. E beleza! Foi isso: ontem à noite, vê-los na Escola Livre de Teatro interpretando os meus contos foi uma lição. Vê-los ali, conjuntamente. Um ajudando à entrega do outro. Na troca de roupas, na lavagem do chão do cenário, na preparação do sangue groselhado e ave! Meu livro RASIF mal arrebentou, já ganhou montagem recifense. E, agora, esse presente vindo de Santo André. A vida tem saída, pois é. Repito: poderia ter sido um texto meu ou de um autor qualquer, o fato é que muito me tocou a comunhão de sentidos. De sentimentos e tenho ditO. E ainda acho que não estou dizendo. É pouco. É difícil explicar. Da felicidade que me deu. Correndo de sala em sala para testemunhar as cenas que vocês costuraram a partir dos meus parágrafos. Sob a bênção e parceria do diretor Rogério Toscano e vamos que vamos. Que projeto lindo este o da Escola Livre. Essa trupe viva, alojada no meio da praça de concreto. No centro da terra, sei lá. Algo na humanidade teima em melhorar. Vocês melhoram o ar em volta. O destino dos trens ao redor. Meu Cristo! Já na metade deste pôste e parece que não falei o que devia. Meu agradecimento. E desejo de luz para vossas vidas. Queridos atores. Meus anjos e senhores. Meus amores. Valeu, valeu! Beijo no coração de todos. E não deixarei de ir assistir à apresentação que vocês farão de meus textos no dia 21 de outubro, no Céu de Aricanduva. Merda, desde já e sempre. Avante e à luta. Fui. Não sem antes avisar: amanhã, quarta, no Centro Cultural b_arco, receberei a visita, às 19h30, na minha oficina de criação literária, de Lourenço Mutarelli e de Marcelo Rubens Paiva. Em bate-papo aberto ao público. Estão todos convidados. E por hoje é só e aquelabraço."
`
Por Marcelino Freire em http://www.eraodito.blogspot.com/

Invasões Tropicalistas 3 - Rasif, mar que arrebenta - Marcelino Freire - 06/10/08

O começo de tudo

Ana e Vânia
"Da Paz"




Lívia Roxa e Thiago
"Amor Cristão"


Marcos e Maldonado
"Pra Iemanjá"

Viviane e Fernando
"Amor Cristão"


Natália e Suelen
"Maracabul"


Laruama e Lívia Alleana
"Pra Iemanjá"

Aila e Jonatã
"Ponto.com.Ponto"


Clayton e Gabriel
"Amigo do Rei"


Letícia e Eric
"Pra Iemanja"


Ângela e Carol
"Roupa Suja"



Vânia e Felipe
"Amor Cristão"


Débora e Mauro Grilo
"Amor Cristão"



Evelyn e Fabrício
"Maracabul"

Rogério Toscano e Marcelino Freire
os provocadores

F11, Rogério Toscano e Marcelino Freire
(falta a Ana, o Felipe, o Eric e o Maldonado)

Provocação de Rogério Toscano. Terceira Invasão. Marcelino Freire em 06/10/2008

Uma noite especial.
Uma noite. Vibrações ardentes pela escola. Pelos corpos. Pelos poros. Pela ARTE!
Marcelino Freire está entre nós. Sua poesia nos tomou. Tomou a escola. Nosso tempo.
Estamos unidos pela vontade do estar e do partilhar.
Comidas chegando. Ajuda chegando. Flores chegando.Chegou a hora!

Um pouco de tudo e um tudo de pouco em RASIF - MAR QUE ARREBENTA

Impressões no coração para os corações:

Aninha e Vânia - DA PAZ
Mulheres que suam a dor da perda.Que suam a infância da flor perdida.
O feijão que não sacia a fome. O lavar que não apaga.
A roupa que fica ao vento para levar o choro para a terra. Leva terra o nosso choro. Leva vento a nossa paz. Não somos da paz. Não somos dessa porra de paz.

Tiago e Livia Roxa - AMOR CRISTÃO
Lembranças dos amigos pendurados no vermelho do coração. O vermelho que revela. O vermelho que invade. O batuque dos corpos. O batuque da ancestralidade. O som das línguas frenéticas. Línguas que desdobra a sexualidade. Quem são esses hormens e essas mulheres que estão a espera? A espera de um dia?

Marcos e Maldonado - PARA IEMANJÁ
O mar que contagia. Flores que enfeitam. Grãos de lágrimas. Mil lágrimas que conduzem ao choro da mãe. Mãe que nina seus filhos que choram lágrimas de coca-cola. Coca-cola que explode em um mar negro. Negro é a lágrima das mães que choram.
Chora. Chora. Chora. Entrega as flores. Flores que aliviam o lixo.

Vivi e Fernando - AMOR CRISTÃO
O cravo brigou com a Rosa bem no meio da roda. Roda-roda Sra Rosa. Pega-Pega Sr. Cravo. Pega a Rosa. Bate na Rosa. Tira a pétala da Rosa.

Suelen e Natália - MARACABUL
Papai Noel do caralho. Cadê o meu revólver?
A colcha de retalho retalhando a infância. Retalhando-metralhando.

Laruama e Livia Aleana - PARA IEMANJÁ
A poesia e o pedido. O pedido. O ritual da crença e do pedido. Crê no pedido.
Mulheres que amam. Mulheres que se submetem ao amor das mulheres.
Rainha Azul Cintilante perdoa a brutalidade dos homens!

Gabriel e Claiton - AMIGO DO REI
Bola e Bolas. Nada de bolas. O sonho pela bola. A bola que bola na cabeça do pai.
Vai bolando aí papai que eu vou rodar pelo mundo.

Aila e Jonatã - PONTO.COM.PONTO
O olhar que tropeça
O olhar que procura
O olhar cor-de-rosa
Olhar que voa no carinho do encontro
Voa Voa Voa

Eric e Leticia - PARA IEMANJÁ
Do mercado para o Mar.
Do canto para o Mar.
Da fúria para o homem
Do homem para a morte.
Da morte para a salvação
A salvação azul.

Angela e Carol - ROUPA SUJA
Ô Maria,
Lava a roupa
Lava o sonho
Lava o desejo
Meleca a porra do desejo e pede, pede com força que ele vem.

Débora e Grilo - AMOR CRISTÃO
Faca pontuda no corpo e na alma.
Faca que corta o pão e corta a alma.
Alma que suja o corpo e a liberdade.
Liberdade vermelha que suja a alma.
Alma-faca-prisão. Cadê o amor nisso tudo?

Vânia e Felipe - AMOR CRISTÃO
Tecido no corpo. Corpo tecido. Seda. Felipe. Felipe.O tecido que levou o Felipe.
Corre. Corre. Corre que o bicho vai pegar. Vai pegar. Sobe. Sobe para o céu porque o bicho vai pegar aqui na terra. Amor salvador. Salve-se quem puder porque eu tô subindo para o céu.

Fabricio e Minazinha - MARACABUL
Acordamos e agora? Acordados somos perigosos. Brincadeirinha. Que nada. Somos grandes e somos fortes. Somos super-heróis. Gostamos de panetone e gostamos de matar. Gosto de correr. Gosto de enfiar o gatilho na boca. Tudo é sonho? Cadê a porra do papai -noel. Dorme, dorme que ele vem. Se ele não vier eu mato ele. Ah se mato.

TODOS em o FUTURO QUE ME ESPERA!
Nos espera nos ampara nos cante.
Cantemos, sempre!

"Em minhas preces para Iemanjá vocês estarão comigo" Marcelino Freire

Me deixei invadir. Me deixei ser tomada. O verbo se presentificou. Agradecida!!

Vivi Palandi

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

22/09/08 - Aule teoria - Rogério Toscano

Sempre, desde o início da Escola Livre, ouço neste lugar: Ator Pensante. Artista Criador. Ator Criador.
Pensar ou criar demanda estudo, conhecimento. Ter referências como ponto de partida, como provocação inicial.
Conhecer os caminhos já percorridos por outros criadores, por outros pensantes da arte teatral, nos permite um aprofundamento e uma busca mais direcionada, após uma pré-compreensão dos “porquês antigos” aos “porquês atuais”. Portanto nos permite uma busca orientada das formas teatrais contundentes para dialogar com o ser - humano de hoje, nosso vizinho, compatriota, contemporâneo.
Porém, estamos aqui para fazer teatro e não apenas pensar sobre ele. Em oportunidades passadas percebi que um “grande” pensamento ou discurso desassociado do suporte artístico teatral, não tem necessidade de ser manifestado como teatro. Talvez fosse uma ótima tese, artigo científico, música, pintura, discurso político. Mas não se articula como potência teatral e isso não por conta da magnitude da idéia e sim pela deficiência de sua realização como jogo teatral.
Ator, aquele que age e agindo mostra o que pensa ou dá possibilidades para que pensem sobre o que foi feito.
Teatro, ator, jogo, criação, pensamento, teoria, prática, entrega, comunhão, encontro, instante, presença, vida, arte, tudo e nada.

Por Marcos Reis.

sábado, 4 de outubro de 2008

29/09 - Aula de Teoria Rogério Toscano!






Geração de 69. Primeiras dramaturgas. Muito drama e distopia, pós AI-5.


José Vicente e seu "Hoje é dia de Rock", uma das peças mais belas da dramaturgia brasileira. Leitura do trabalho dos amigos. Ctrl C - Ctrl V não vale!!! Vera Fischer, miss 69 e uma breve aula sobre as miss do Brasil! Joaquim na aula! 13 minutos de intervalo.


Cenas. JOGO. "Você vai? Vou! Não vai. ..."


O que acontece que torna a cena interessante? Dilatação e densidade. "Se você não gostou da sua cena, imagina eu, que tive que assistir". Ator tem que saber jogar. "Não faz igual as ginastas brasileiras, que entram sofrendo no tablado!" Até segunda! Cenas do Marcelino. No mínimo fantásticas. No máximo, revolucionárias.


Joaquim não chorou. Ufa!




Por: Ana Sharp

Dia 03/10/08 - Aula de música com Cris Gouveia

Deitados no chão nos alongamos. Sentados nós cantamos. Canções do nosso repertório. Saudades das aulas que elas preencheram. De olhos fechados senti-as e as cantei. Em pé cantamos a poesia de Mauro Grilo GENTIL. O Sr. Gentil nos deu de presente uma de suas canções. Sua gentileza cheia de amor nos preencheu a aula; de Santo André fomos para as Minas Gerais comer arroz com feijão e bolo de milho. Com a benção do padre, rezamos a tarde no altar da santa. Cheios de saudade do Recife. Cheios de poeisias.

A música nesse sexta-feira foi especial. Nossas vozes estavam afinadas para o colher.

Cidade e o sertão.

Vivi Palandi

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Terça-feira 30/09 - Aula de interpretação com Alex Tenório

Circulo e recados, foi assim que iniciamos a nossa aula de hoje. A interpretação inquieta. A inquietude em mim. A inquietude interpretativa em mim. A imagem da palavra que toma corpo. O corpo que toma a palavra. A inquietude de tomar o corpo e a palavra.
Nelson Rodrigues invandindo as quietudes e colocando-as em avessos. Seja bem vindo Sr. Desagradável. Venha pestilar nossos sentidos e nos colocar em prontidão para reinterpretar nossos corpos-palavras. O estar ontem foi dificil. Minha quietude estava inquieta. Bem vinda as inquietudes; as criativas.

Vivi Palandi

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Aula Rogério Toscano / 08 de setembro de 2008



NÓIS ERRA

Finalizamos nossos estudos sobre Dorotéia e Nelson Rodrigues e iniciamos os estudos sobre Plínio Marcos, a partir da obra “Dois Perdidos numa noite suja”. Palavras e histórias interessantes, contadas e até vivenciadas pelo Rogério Toscano. E a entrevista não rolou. Só se fosse com Tarô. E o Tarô também não rolou. Plínio na porta do Cultura Artística. Uma mesa/banca e a venda dos seus livros. A platéia rindo absurdamente dentro da sala de espetáculos. Choro no elevador. Entrega e leitura dos trabalhos. Enganos, não entendimentos, desentendimentos, erros e colagem. Cadê sua opinião... Quem é o tal do crítico Valmyr Júnior que escreveu: “Por isso, quando dizem que Antunes deve ser respeitado por seu magnífico trabalho teatral, ou dizem o mesmo de Fernanda Montenegro e congêneres, dou uma risadinha”. DEZ MINUTOS DE INTERVALO!!!

Por Fernando Gimenes.

domingo, 28 de setembro de 2008

Quem é Conchita de Moraes?


No primeiro ano de formação da F11, 2007, o nosso mestre de teoria, Alexandre Mate nos perguntou: Quem é Conchita de Moraes?

A única coisa que sabíamos é que era esse o nome do nosso teatro, o Teatro Conchita de Moraes, nossa casa, sede, ninho, local de tantas aulas, experimentos, reuniões.

Foi lançada então a provocação de pesquisarmos sobre quem foi Conchita!

A Anelise (ex-colega de turma) foi quem deu o ponta-pé inicial e conseguiu levantar alguns materiais sobre ela. Depois, outras pessoas da turma passaram a pesquisar também!

Ainda sabemos muito pouco, mas estendemos a provocação à toda comunidade ELT, para ajudar nessa pesquisa!

Para quem se interssar há um material guardado, é só pedir.

Abaixo, segue um pouco do que encontramos.



Conchita de Moraes


Nasceu em Cuba, em 27/08/1885. Atriz de teatro das mais respeitadas foi casada com Átila Moraes. Desta união nasceram: Edith, Dulcina, Odete, Ruth e Noêmia.

No teatro foram inúmeras montagens, entre elas: ESTA NOITE CHOVEU PRATA e AS ÁRVORES MORREM DE PÉ.

Pioneira da televisão do Brasil, Conchita “em 29 de abril de 1950, recebia do Governo Brasileiro a Comenda da Ordem do Cruzeiro do Sul como um tributo de admiração e agradecimento pelo que fez pelo teatro” lembra Dulcina de Moraes.

Já no cinema participou de filmes como 24 HORAS DE SONHO em 1941 e PUREZA de 1940, ambas de Chianca de Garcia; BOMBONZINHO em 1938, O GRITO DA MOCIDADE em 1937, BONEQUINHA DE SEDA de Oduvaldo Viana; e O BOBO DO REI em 1936 e AMOR DE PERDIÇÃO (longa, inacabado, 1913) de Francisco Santos.

Foi uma das fundadoras e animadoras da Fundação Brasileira de Teatro, em 07 de julho de 1955. Como homenagem à atriz, a “Sala Conchita de Moraes” foi inaugurada em 06 de agosto de 1991 no Teatro Dulcina em Brasília-DF.

Faleceu no dia 02/10/1962

Outras participações em espetáculos: Vida e Morte de Santa Teresinha do Menino Jesus (Rio de Janeiro - 1927)O Rei dos Piratas (Rio de Janeiro - 1930)Zazá (Rio de Janeiro - 1939)Deslumbramento (Rio de Janeiro - 1944)Tia Mame (São Paulo - 1962)

O MACROCOSMO E O MICROCOSMO NA REPRESENTAÇÃO POLÍTICA DE PLÍNIO MARCOS (p/ aula de teoria - Toscano)


“Escrevo muito depressa porque escrevo com raiva, com muita raiva do estado em que se encontra o povo brasileiro...” Plínio Marcos

Estará o ser humano fadado a uma eterna e desleal disputa em tornodo poder e de sua capacidade de dominar e subjugar o próximo? Assassinos, prostitutas, malandros e desajustados de todos os tipos vivem, diante dos olhos estatelados da platéia, situações de violência extrema e berram a sua angústia, a tortura da solidão, a miséria da decadência física, em tom de desafio, mas também na busca desesperada de um sentido para a vida. “Será que somos gente?” berra a prostituta. A pergunta, com outras palavras, foi repetida ao longo de toda a obra do escritor. Sem resposta.

Plínio Marcos (1935 – 1999) iniciou a sua carreira teatral em 1958, com “Barrela”, a peça provocou escândalos, mas foi em 1966 que o autor se tornaria conhecido e respeitado nacionalmente, com "Dois perdidos numa noite suja".
“Ver ‘Dois Perdidos Numa Noite Suja’ não é mole. Tem bastante humor pra gente descarregar a vergonha, o medo e a covardia que a honestidade do autor nos provoca. É a peça mais suja e cruel jamais escrita no Brasil. Por isso linda e necessária, importante e verdadeira”. Roberto Freyre

As peças seguintes: “Navalha na carne” (1967), “Balbina de Iansã” (1970), “Quando as Máquinas Param” (1971), “Abajur Lilás” (1975), “Querô” (1979), entre outras, foram encenadas, proibidas, perseguidas, louvadas, discutidas em nível moral, mas nunca ninguém duvidou de suas qualidades teatrais, a densidade dramática, a força lancinante dos diálogos. Por sua autenticidade, as peças de Plínio não perdem nada quando lidas. Podem até ganhar alguma coisa, permitindo uma pausa para pensar ou amenizar o impacto de sua crueza. A partir da década de 80, suas peças abraçaram temas religiosos e esotéricos, como “Madame Blavatsky” (1985) e “A Mancha Roxa” (1988). Plínio Marcos traz para o palco a linguagem crua e palpitante da miséria, da prostituição, da marginalidade, arrancando do imundo traços de humanidade. Suas peças, contos e romances-reportagens não mistificam o real, mas o reviram pelo avesso e demonstram um conhecimento profundo de seus meandros e segredos.

Plínio tinha um compromisso radical com o ser humano que a sociedade marginaliza, com uma fatalidade brutal. Consegue ainda colocar em questionamento os seguintes aspectos: público e privado, passado e presente, psíquico e social. Fazendo com que as personagens representadas saiam da representação cênica para o cotidiano social.

O universo de Plínio Marcos nos traz a realidade do submundo, visto de um ponto de vista que não é o do pobre contra o rico, mas o da classe microcosmica em si, que vive em seu pequeno mundo dentro de um Brasil cruel, onde um sapato vira o sentido da vida, sem um pisante a personagem Tonho (“Dois Perdidos Numa Noite Suja”) não tem condições de melhorar de vida dentro da sociedade em que vive e também não tem a ajuda do seu companheiro de quarto, que por sua vez tem o sapato, mas não o empresta. Ainda em “Dois Perdidos” a ação é colocada em cena trazendo um jogo de opressão, que em determinado momento muda de opressor.

Plínio Marcos bebe na fonte mais pura do realismo, tornando suas personagens, seres de carne e osso, com uma organicidade quase agressiva.Excluídos e cheios de desesperança, esses seres buscam por uma identidade qualquer que os torne menos marginais.Em termos políticos, a situação social do país não mudou muito, ou seja, há hoje mais gente vivendo no abandono e no desespero em que se apresentam as personagens de Plínio Marcos. Quem cruzar por este caminho poderá, investigar o que sobra do ser humano privado de liberdade e esperança. Sobra pouco, e no entanto, esse pouco ainda lhe pode ser tirado.Esse é o princípio que torna a obra de

Plínio Marcos contemporânea, revelando-nos na desesperança desses seres marginais a fé na reconstrução de algo melhor nesse mundo tão corrompido pela falta de ética e moral.

Na peça “Abajur Lilás”, as personagens percorrem uma trajetória que vai dar mais uma degradação física e normal até uma revolta pela existência dessa miséria que nos invade. Cafetões, prostitutas, mocós e o escambau, eis “Abajur Lilás”, a peça em que Plínio Marcos mergulhou com mais contundência no universo daqueles que vivem à margem da vida. O patético retrato do submundo se amplia para macrocomos do duro relacionamento na vida atual. Despidas de valores que transmitem transcendência á vida humana, as personagens exemplificam o horror da exploração, quando um se converte em objeto para o outro e só resta o gosto da miséria.

Os textos de Plínio são obras escritas há 30, 40 anos que retratam fielmente um Brasil que não aparece na mídia, que está fora da sociedade que não pertence à classe média consumista. Plínio sempre dá um tapa na cara de quem o admira e ri da pequenez de quem o abomina.

Em “A Mancha Roxa”, as detentas de uma sela em um presídio descobrem estar contaminadas pela AIDS e indignadas querem passar a doença para o mundo inteiro, eis que a frase “Pra cada uma, mil...” vira uma voz só dentro do presídio e tenta ser a resposta desesperada ao beco sem saída imposto pelo absurdo sistema carcerário, despreparado para resolver os menores problemas, quanto mais o risco de uma doença que assume proporções macrocosmicas.

Não é apenas nas peças que a força de expressão de Plínio Marcos se destaca. Livros de prosa como "Querô, uma reportagem maldita", "Na barra do Catimbó", "Prisioneiro de uma canção", entre outros, são considerados obras importantes, por sua linguagem e temática. Plínio Marcos não completou o curso primário e dizia que escrevia quando estava incomodado com alguma coisa. Seus textos incomodaram muita gente, e é justamente desse incômodo que sobrevive a boa literatura. Ele soube traduzir com sinceridade e beleza as falas dos que ficaram à margem da sociedade. Esteve sempre, como poucos, profundamente mergulhado na realidade, aquela que está além dos adjetivos fáceis e das tiradas engraçadinhas.

Se estivesse vivo, o dramaturgo Plínio Marcos completaria 73 anos em 2008. O autor entrou para história do teatro como “maldito” pelo conteúdo ácido e mordaz de seus textos que incomodavam a censura durante a ditadura militar, mas sempre atraíram crítica e público.

“Eu sou de Santos, sou da Baixada Santista. Sou quem sou porque sou de lá. Porque meu axé é plantado junto da minha gente e porque eu nunca esqueço os compromissos assumidos na esquina do meu velho quarteirão.” Plínio Marcos


Por: Angela Maria Prestes e Thiago Nascimento

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Dia 26/09/08 - Aula de Música - Mestre Cris Gouveia

Sexta-feira!!! Hoje é dia de música (leia-se: DIVERSÃO)! E pra toda boa diversão, é bom se preparar antes. Alonga, estica, puxa, respira, senta, levanta, anda... Deixe-nos ir, precisamos andar, ir por aí, a procurar rir pra não chorar.

Rir do grande embate de egos, rir da nossa falta de escuta, rir das falas por cima das outras falas, rir da roda "de dentro" e da roda "de fora". Rir, pra não chorar.

Mas, de verdade, bom mesmo foi rir naquele fim de aula, rir do nosso esforço em tentar nos harmonizar e da alegria que foi conseguir. Rir daquela bodega. Rir pra gargalhar. Rir da bangalafumenga. Rir da minha fome, doida pra comer pitomba, pitanga, umbu, cajá, maracujá. Uma rapadura também ia bem. Rir do jogral, brega e chinfrim. Rir da nossa noite de festa, saudades de algum Carnaval. Rir de saudades do futuro que nos espera.

Ah, gente, vai? No fundo foi muito engraçado ver aquela bagunça toda e a gente achando que não tinha jeito. A gente precisava se encontrar pra poder voltar. Pra que pressa, pra quê?

Quase fim da aula. Grilo cantou pra nascer, pra viver: Cana, café, cana, café, cana, café... Emocionante. De dentro. Vivo. Esse é o menino das Gerais! Ou seria de Quixeramobim?


Preciso me encontrar
Cartola

Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar
Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar...
Quero assistir ao sol nascer
Ver as águas dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer
Quero viver...
Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir prá não chorar
Se alguém por mim perguntar
Diga que eu só vou voltar
Depois que me encontrar...Depois que me encontrar...Depois que me encontrar...


Aila Rodrigues

A formação do Teatro de Arena em São Paulo e seus desdobramentos históricos (trabalho feito para a aula de teoria, mestre Rogério Toscano, 15/09/08



O Teatro de Arena foi fundado na cidade de São Paulo, em 1953, como uma alternativa à cena teatral da época, que tinha em destaque o TBC – Teatro Brasileiro de Comédia, com um repertório iminentemente internacional, com produções sofisticadas e que dialogavam pouco com a realidade nacional. Para além disso, o TBC consolidara-se como uma companhia estável, com sede própria e um repertório de peças com unidade de realização artística, quadro esse inédito na cidade de São Paulo.



Influenciado pelos moldes do TBC e pela vivência na Escola de Arte Dramática, José Renato Pécora, juntamente com outros alunos da EAD, lança uma nova proposta de espaço cênico, com a montagem da peça O Demorado Adeus, de Tennessee Williams em formato de arena. Apesar de a peça, encarada por muitos como exercício cênico apenas, não ter explorado toda gama de possibilidades que este novo espaço cênico oferecia, ela foi o primeiro movimento para a criação do Teatro de Arena, dois anos depois.
Em 1953, José Renato começa a traçar o que seria o Teatro de Arena.

Mais do que um grupo ou uma companhia estável, era um espaço de transformação do teatro brasileiro. A escolha por este espaço em arena se deu inicialemente não por uma subversão estética, mas sim pela necessidade de uma alternativa às poucas e caras salas de espetáculo que existiam em São Paulo. Também, por permitir montagens mais baratas (pela ausência de grandes cenários e indumentária) e pela mobilidade do espetáulo teatral, pela flexibilidade do uso do espaço, podendo alcançar diferentes lugares da cidade, inclusive os mais periféricos que não tinham edifícios teatrais. Essas características por si só, são reflexo do posicionamento econômico, político e engajado desse novo fazer teatral.


O espaço cênico da arena privilegia o trabalho do ator, e não mais a encenação. Pelo formato do espaço, com a platéia concêntrica, não há mais o uso de grandes cenários, que é substituido por elementos cênicos essenciais para a peça, com o cuidado de não atrapalhar a visão do espectador. Com isso, ganham destaque a luz e o som, que compõe mais ativamente o espetáculo, substituindo a função das coxias e cortinas, e também definindo o começo e o fim do espetáculo.



“A modernidade da proposta parece implícita na organização da companhia: o teatro em arena deve introduzir um repertório atualizado, em dia com todas as experiências inovadoras da dramaturgia mundial. Significativamente, as primeiras produções delineiam uma afinidade de peças contemporâneas de estilo marcadamente intimista, que exigem uma execução cuidadosa dos detalhes das personagens.” (Mariangela Alves de Lima)


Com o tempo, a companhia passou a refletir sobre a possibilidade de novas peças serem encenadas neste formato, e não mais apenas as de caráter intimista. Também trouxeram para a cena, textos de cunho social e com temáticas nacionalistas, culminando com a montagem da peça Eles não usam Black-Tie, de Gianfrancesco Guarnieri, em 1958. Foi o primeiro texto montado no Brasil em que os operários e a favela eram os temas centrais da peça, sendo protagonistas da ação. O sucesso da peça, que ficou mais de um ano em cartaz, abriu espaço para o surgimento de um movimento chamado Seminários de Dramaturgia, sugerido por Augusto Boal, que tinha por objetivo revelar e expor a produção de novos autores. Daí, destacaram-se entre outros, Oduvaldo Vianna Filho, o Vianninha.

A partir daí, além de buscar uma dramaturgia nacional, o Arena passou a incentivar a nacionalização dos clássicos. Nessa fase, a companhia passa a contar com a colaboração assídua de Flávio Império na criação de cenários e figurinos.

Na excursão carioca de “Eles não usam Black-Tie”, Oduvaldo Vianna Filho e Milton Gonçalves deixam a companhia mais tarde criam os CPCs da UNE (Centros Populares de Cultura), iniciando uma nova fase da produção teatral, militante e engajada.

Depois deles, José Renato deixa a companhia em 1964 para dirigir o TNC – Teatro Nacional de Comédia do Rio de Janeiro, deixando à frente do Arena, Guarnieri e Boal. Com a nova realidade política do país, eles repensam o repertório (estavam então com a peça Tartufo, de Moliére). É preciso algo novo, para responder à nova situação e driblar a censura, que proíbe a representação de peças brasileiras realistas que faziam parte do repertorio da companhia.

Em 1969, quem desliga-se do Teatro de Arena é Guarnieri. Em 1971, quando montava Arena conta Bolívar, Boal é preso e exilado, ficando a companhia sob responsabilidade do seu autor, Luis Carlos Arutin.

Por fim, em 1972, o Arena fecha suas portas como companhia e o espaço passa às mãos do extinto SNT – Serviço Nacional de Teatro. A partir dos anos 90 e com o nome de Teatro Experimental Eugênio Kusnet, a sala da Rua Teodoro Baima abriga elencos de pesquisa da linguagem teatral.



O Teatro de Arena transformou o fazer teatral brasileiro, influenciando até hoje inúmeras companhias e dramaturgos. Ele abriu o espaço não só cênico, quebrando as barreiras do palco italiano, mas também espaço para pensarmos num teatro nacional, mesmo que ainda centrado na esfera política.



“ Nóis não usa os bleque tais” (samba de Adoniran Barbosa para a peça Eles não usam Black-Tie)



O NOSSO AMOR É MAIS GOSTOSO

NOSSA SAUDADE DURA MAIS

O NOSSO ABRAÇO MAIS APERTADO

NÓIS NÃO USA AS BLEQUE TAIS


MINHAS JURAS SÃO MAIS JURAS

MEUS CARINHO MAIS CARINHOSO

SUAS MÃO SÃO MÃOS MAIS PURAS

SEU JEITO É MAIS JEITOSO

NÓIS SE GOSTA MUITO MAIS

NÓIS NÃO USA AS BLEQUE TAIS
Por: Ana Sharp, Alexandre Maldonado e Letícia Leal

Dia 19/09/08 - Aula de Música - Cris Gouveia

Bom, sexta-feira, aula do Cris.Começamos com recados (como sempre) e depois com o bom aquecimento corporal, articulações acordadas e tal.Fomos para outro aquecimento diferente, apresentado para o mestre por Lúcia Gayoto (outra mestra da ELT), onde falamos certas consoantes e fazendo movimentos que "desenham" o som delas... rsDepois caminhamos pelo espaço da sala e fizemos outro exercício: falar algum texto dando valor mais para as consoantes, para destacá-las, para não deixar a palavra passar despercebida. Aliás, estamos fazendo muitos exercícios que estão dando muito valor à nossa palavra, pra que ela caiba na nossa boca, como diz a nossa mestra Denise Weinberg.Fomos para a próxima parte: cantar mais uma vez a música FADO TROPICAL, de Chico Buarque e Ruy Guerra. Cantamos e depois fizemos uma "improvisação" coletiva com a música. Tínhamos que estar em um barco em algumas etapas: primeiro, estar na situação de navegação há muito tempo em alto mar, depois passar por uma tempestade e, depois, estar na situação de conseguir chegar em algum lugar onde estivéssemos seguros. Diga-se de passagenm, foi muito engraçado.Intervalo.Temos trabalhos à fazer sobre a historia do samba, onde fomos divididos em grupos em outra aula e, à partir desse dia (19), temos uma hora de aula pra conversar e realizar o trabalho com o grupo todo. O meu grupo (feminino no samba) está ótimo!!! modéstia à parte, é claro... rsFizemos uma roda pra fechar a aula.Aula fechada... rsBeijos e beijos à todos.

Dia 15/09/08 - Aula Teoria - Rogério Toscano

Hoje é dia 15 de Setembro. Uma Segunda Feira.
Segunda Feira = Aula do Rogério.
Aula do Rogério = Dia de algumas Expectativas. (Ainda mais Hoje!).
Hoje chegaremos, iremos para o galpão, leremos o nosso trabalho (Meu, da Ana e do Malda), falaremos sobre o Teatro de Arena em São Paulo e então PRÁTICA.

Mas...Mudança de Plano:
Lembrei-me que hoje é dia de Assembléia.

Então...
Chegaremos, iremos para o Palco, falaremos sobre o andamento das comissões da escola e depois sim, iremos para o galpão, leremos o nosso trabalho, falaremos sobre o Teatro de Arena em São Paulo e então a PRÁTICA.

Porém...Mudança de Plano novamente:
O Rogério trouxe um texto extra sobre o tema da aula (Teatro de Arena).

Então...
Chegamos, fomos para o palco, falamos sobre o andamento das comissões da escola, fomos para o galpão e começamos a ler o texto extra.
E lê o Texto. E lê o Texto. E lê o Texto...
Um por Um. Já melhoramos bastante, mas...Ôôô a Leitura ta ruim pra caralho!
E lê mais um pouco. E lê mais um pouco. E lê mais um pouco...
Depois de ler o texto, leremos o nosso trabalho, comentaremos um pouco sobre os dois em relação ao Teatro de Arena e enfim a tão esperada PRÁTICA.

Entretanto... Mudança de Plano!
Vamos agora para: Questões sobre o Teatro de Arena.
E pergunta, E responde, E entende, E discute...

Então...
Ai, acho que tô ansiosa. Respira, respira!
(...)

Não vai dar tempo de ler o nosso trabalho
Poxa! Conferi dez vezes todas as vírgulas, os pontos e os acentos das proparoxítonas, paroxítonas e oxítonas! Mas...
...Quando a palavra é Paroxítona o acento vai aonde mesmo?
Acho que é na... É na...Ou pode ser na...Caramba! Ouvi tanto isso! Bem...A nova lei ortográfica anula qualquer acento em quaisquer Proparoxítonas, Paroxítonas e Oxítonas OXIDANTES mesmo!
Enfim...Tudo Bem. Tudo Bem.

(...)
Uma horinha só pra PRÁTICA vai sobrar. Nem teve intervalo ainda...Vai sobrar, haaa vai sobrar Sim!

Como? Hão? Não entendi.
Dez e Quarenta já?
Não...não é possível!
Ta, ta! Já entendi, deixa a PRÁTICA pra próxima Aula.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

segunda-feira 22/09/2008 aula do Rogério Toscano

Semi-circulo. Marcelino Freire. III Invasão. Como está o processo?? Impressões. Dúvidas. Inquietações. Silêncio. Arena conta Tiradentes. Método Coringa. Leitura de trabalhos. Debates. Dúvidas. Silêncio. Intervalo. 15 minutos."Voltar com a roupa de trabalho". Levar as cadeiras. Mudança de sala: de galpão para sala 01. Prontidão. Expectativa. Circulo. Recados. Sesc Santo André. Nomes na lista. Alongamento. Expressões. Movimento pela sala. Corpos em silêncio ativo. Duplas. Observação. Dinamicas. Exercícios para casa. Dupla. 05 sequências. Você vai? Vou! Não vai. ... !!.

Vivi Palandi

Relato do dia : 17/09/2008 - Aula de Interpretação

Foi assim...

Começamos com um seminário na aula de interpretação... o mestre do "dia" era o Alex Tenório.

O seminário foi sobre as peças psicológicas de Nelson Rodrigues. As meninas (Suelen, Débora e Letícia) somaram com uma cena de Valsa n°6 ... o seminário também contou com a contribuição de Grilo e Viviane com leitura dramática do texto Anti Nelson.

O grupo fez observações(de cada peça psicológica) pautadas no livro " OTeatro da obsessão" de Sabato Magaldi.

Ao fim do seminário, demos continuidade a aula, cada qual com sua dupla para o exercício de "cadeira elétrica" , termo usado para um exercício específico de interprertação.

No fim da noite, o Alex disse:" Ok. pessoal, vamos finalizar" - pensei: " mas já?"

Passou rápido...nem sentimos... foi uma sensação geral... Eu sinto.

Sim. agora eu sinto...

A vontade de estar...
O colocar em prática...
O fazer parte...

Sim. eu sinto!

Suelen Santana F11

Dia 16/09/2008 - Aulas de interpretação com Alex Tenório

"Continuamos a estudar as palavras dos textos escolhidos de Nelson Rodrigues.
Alex propôs alguns temas para que as cenas se encaixassem: ciúmes, irmãs, e pactos. Temas freqüentes nos textos de Nelson.
“Gostei de ter alguns temas como norte, não no sentido de limitar, ate porque estes temas não estão fechados, mas de trazer uma certa “unidade” no geral”.
Depois do aquecimento com o bastão, fizemos o trabalho da imagem da palavra ampliando os gestos, o corpo. “No primeiro momento me parece muito abstrato e, ao mesmo tempo, abre alguma porta tornando menos fora da boca o texto”.
Em seguida o exercício da cadeira elétrica, reduzindo ao mínimo os gestos e intenções, trazendo uma certa orgânicidade para os textos."

Fabricio Z.


"18h30, cadê todo mundo? alguns conversando, outros alongando, outros baforidos, pois estão chegando atrasados. O Alex já pronto pra começar a aula - só aguardando todos estarem "de verdade" na sala. Ele pediu para pegarmos bastões e deixarmos no canto das paredes, e assim foi feito. Andamos pela sala, andamos mais um pouco e andamos de várias formas, ora parando, ora se observando. Pegamos nossos bastões e fizemos um circulo. Estabelecemos o silêncio, a atenção e iniciamos a dinamica. Hoje foi bem especial, o bastão caiu pouquissimas vezes, estávamos bem atentos. Saímos da dinâmica e fomos trabalhar em dupla. Cada um com seu parceiro, outros em trio, alguns sós, outros: o que tem que fazer mesmo?? Pegamos os textos do Nelson Rodrigues com a Dona Bete e iniciamos o trabalho. Fizemos o exercício da atitude, e o da cadeira elétrica. Trabalhamos. O Alex sempre por perto para dar toda a assitência e orientação necessária. Ficamos bem a vontade na sala para experimentarmos. Muito bom!! INTERVALO. Fizemos de costume nosso pequeno intervalo, bem descontraído. Voltando para a sala, continuamos a trabalhar nos mesmos exercícios. No final da aula o Alex pediu uma roda e nos sentamos para trocarmos experiência. Algumas pessoas falaram de como foi, o Alex deu sua impressão e ficamos bem satisfeito. A Livia Aleana pediu para que todos deixassem suas cenas anotadas com ela, pois iria ser encaminhado para a Denise por e-mail, assim foi feito. Terminada a aula, todos em suas rotinas novamente, se despediram. Tchau; até amanhã; beijos; aí esqueci de falar tchau pra vc; amanhã tem seminário heim, 15h30 ou 16h? aí que frio!."

Viviane Palandi

Data: 11/09/2008 - Aula de corpo - Mestre: Thiago Antunes

" É. Nhor sim. Ã-hã, quer entrar, pode entrar.. . Hum, hum. Mecê sabia que eu moro aqui?"

Aquecimento individual. Aquecimento coletivo. Duplas aquecidas e prontas para o jogo.
Continuando o trabalho com o texto de Guimaraes Rosa " Meu tio Iauaretê". A aula do dia 11 foi bem objetiva. Após o aquecimento as duplas das cenas se dividem.
Algumas duplas saem da sala 1 e vão repensar o espaço e os elementos escolhidos das respectivas cenas e outras permanecem na sala 1 para dar sequência ao trabalho.
Fizemos os tópicos de todas as ações físicas executadas na cena e após isso fizemos a cena narrando todas essas ações; depois escolhemos cinco ações fisicas da cena que são executas individualmente para trabalharmos na próxima aula.


Vânia Lima

Terça-feira, dia 09/setembro. Aula de Interpretação.

Interpretação.
Na semana anterior o Alex escolheu cenas de peças do Nelson e dividiu duplas. Trabalhamos a "imagem da palavra", e fomos diminuindo até os movimentos ficarem pequenos.
Nessa aula aquecemos rapidamente com as próprias cenas e apresentamos para a Denise. Ela observou nas cenas onde havia jogo ou não, e observou como em uma fala do Éric era muito claro o caminho do exercício, como estava preechida de imagem a fala dele. Isso levou bastante tempo da aula. Depois nós fizemos uma roda e conversamos.